segunda-feira, 21 de abril de 2014

O BARCO




...E SE FURTEI SUA PAZ, PERDÃO, FOI EQUÍVOCO CONSENTIDO, RETOME-A,

VÁ EM PAZ...



ESSE AMOR ME CONSUMIU

ME EXAURIU

PRESTO TENÊNCIA

AGRADEÇO PELA DOR

E AO CAUSADOR


VALHAM-ME ELES

FOI DEMAIS


PERDIDA EM LABIRINTOS

TÁTICAS NUNCA IMAGINADAS

VIVI, ARDI, GOZEI, SOFRI,

E SEM ARDIS,

SENTI



TUDO UM DIA HÁ DE TER FIM

SEM INTENCIONAR TE CONVENCER DO CONTRÁRIO

TODO AMOR SERÁ PERECÍVEL ENFIM (?)



E SE O ADEUS FOI POR ENGANO

ACEITE ENTÃO, SEM CULPA OU PERDÃO



COMO UMA BOA ARGONAUTA QUE SOU

PROSSIGO NAVEGANDO

DESBRAVANDO, REMANDO


E SE ÀQUELE PORTO UM DIA VOLTAR

LÁ NÃO HÁ DE ME ENCONTRAR



SE FOI UM VÍCIO

CONFESSEI, ASSUMI

ASPIREI FORTE

ATÉ SENTIR O CHEIRO DE MORTE

DESVANECER, CAIR, SUCUMBIR



E NÃO DESISTI AO MENOS

EU SEMPRE VOU ATÉ O FIM



E SEGUIREI A QUEIMAR NO FOGO E ARDER

A ENGOLIR O VAZIO GÉLIDO

DOS RESISTENTES TEMENTES

QUE JAMAIS EXPERIMENTAM O MORRER


segunda-feira, 14 de abril de 2014

bandeirinhas pra boi engolir

Quanto mais leio as várias e diversas mulheres, de todas as categorias, rebanhos e bandeiras (diga-se, aliás, mais dando bandeira que levantando), dissertando, narrando, e falando do gênero da sua espécie, sobre conquistas, lutas, anseios, pré-ocupações, pré-conceitos, insatisfações, e todos os seus questionamentos, respaldados na influência do pensamento feminista de antanhos, diante a geração contemporânea, mais gosto das pós-feministas.
Gente, é preciso entender que essa prosinha pra boi dormir tá mais que ultrapassada! Putz, mudemos o discurso, a linha do pensamento, senão, mulheres do meu coração, ninguém sai do lugar, e daqui 200 anos, se o planeta chegar lá, nossas tataranetas estarão repetindo essas mesmices prescindíveis sobre as roupinhas de menina boa e de piriguete/vadia, os corpinhos modelos e os escusáveis, as lutinhas sãs e as deploráveis, os chefinhos que te reconhecem e os que cagam em você ou te assediam, quem lava a louça, cuida da casa, zela da cria, dirige o carro ou sustenta o hospício familiar. Não há que se ter mais blá blá blá sobre a luta dos 'direitos femininos' em face do hipotético domínio global predominantemente do macho.
Fêmeas, os direitos estão aí, existem, usemos!
Direito ao voto com idêntico peso, ao estudo, a ler e escrever, a lavorar fora de casa, salários iguais, e até maiores, a abortar – em alguns países, a trepar sem engravidar, licença maternidade (afinal, só nós mesmas podemos e sabemos como é parir), a usar calças compridas, dirigir, lei do assédio, lei maria da penha... Somos todos pessoas, com idêntica carne e sangue, é isso que tem que ser considerado. E outra, não há supremacia de xx ou xy, o que tem que haver é o respeito. E a supremacia é de quem está com a razão, sem disputinhas de sexo ou alter ego.
O que precisamos defender é o humano exercendo o direito à supremacia da sua vontade, de fazer o que bem entender, desde que não machuque, engane ou sobrepuje ninguém.
O ser humano, de todo gênero, até no gênero neutro (?) – novidade que li estes dias - são tão iguais dentro da sua desigualdade de cromossomos, que até se confundem. A desigualdade de gêneros deve ser considerada apenas na medida de suas diferenças fisiológicas/hormonais.
As diferenças, igualdades e barbaridades estão pra todos e em todos. Pois, neste mundo habitam, mulheres e homens com e sem pretensões, mulheres e homens com e sem ambições materiais, intelectuais ou espirituais. Há mulheres e homens que gostam e assistem novela. Há mulheres e homens que casam porque querem cumprir os reclames da sociedade, e outros querem casar na igreja porque acham lindo. Há mulheres e homens que querem casar com o dinheiro do outro. Há mulheres e homens que mantêm o casamento fracassado e de fachada para não dividir o patrimônio. Há mulheres e homens incautos, há os que votam em branco e depois reclamam do governo. Há mulheres e homens que se omitem, que mentem, que matam, que não pagam impostos. Há mulheres e homens vítimas e bandidos, mulheres e homens que apanham, que são submetidos, que submetem, que se vendem, que pagam pelo que fizeram, e mulheres e homens que permanecem impunes. Há mulheres e homens que fazem programa, que dão o cu, que dançam em nightclubs. Mulheres e homens que foram traficados, escravizados pelo sexo, pelo dinheiro e pela aparência. E sinceramente, minha gente, essa bandeirinha do direito de não ser estuprado, me parece estúpida de tão óbvia. Estupros acontecem porque existem maníacos, doentes, estupradores, e não porque a vítima está usando mini-saia, decote ou burca. Seja lá qual vestimenta usar, se passar na frente do vilão na ocasião propícia, será estuprada, independente da modinha que a enfeite.

 *O dia que um ignóbil ser ousou passar a mão em mim dentro do ônibus, para sua infelicidade,   eu não gostei, resultado, desceu do ônibus, no meio da noite, na estrada, e na porrada...

Eu, no meu parco entendimento anti-gênero, acho bacana o texto feminista inserido no contexto do comportamento de uma época em que havia abissais diferenças, ou seja, enquanto marco histórico de posicionamento social. Das atrocidades primitivas à coisificação da mulher: luto e morro contra as barbáries de todo gênero e grau por amor à liberdade do ser humano, e não ao cromossomo.
Mas o grande x da questão é que as mulheres ainda estão naquele discursinho meia boca ou mesmo pós acadêmico, ao invés de lapidar e aprimorar a arte de tornar os direitos conquistados efetivos, reais, na prática. Porque afinal de contas, cada um é o que é, e o que quer ser, e só dá as ordens no barraco, quem ‘fizer por onde’, e, ou, será o humilhado e subjugado, quem assim se deixou ser - “Quando a gente manda ninguém manda na gente”. E se ‘escolheram’ ser hipócritas, levianos, infiéis, medíocres, submissos, autoritários, medrosos, indignos, incompetentes, rasos, infames, estúpidos, o são tanto no masculino como no feminino.
Mas, por óbvio e evidente, há seres, humanos, que desconhecem a evolução do mundo e a história, e acabam contribuindo para a confusão das cabecinhas que só engolem o que lhes é dado mastigado, e por isso, infelizmente, são cerebrozinhos menos ilustrados. E aí que as mocinhas lindas, malhadas e desavisadas, e rapazes robustos, machões e ignorantes, acabam por gerar cenas primitivas e grotescas em universidades, ruas, bares e lugares afins, e os senhores ignóbeis e endinheirados, e as madames refinadas e afiadas, abatam-se em tribunais. E se as pessoas desse planeta, que convivem nessa sociedade inadequada, não começarem a se entender e buscar soluções para seus conflitos, estarão para sempre enlameadas nessa merda decadente. 
Então, será o nosso grande desafio (?), conviver com posicionamentos retrógrados sem a capacidade de adequá-los, o máximo possível, ao conhecimento do ser humano moderno.