queria eu dizer tudo que me vem à língua, o que me atiça os instintos libertinos e faz esmorecer até os que se dizem trash, punks, anarquistas. queria eu explanar sobre as vicissitudes da vida, os mistérios do amor, as paixões fast food, o dilema dos bons, a bondade dos maus, a virtude dos aceitos e politicamente corretos, mas não posso, não me vem, não sou nada, incapaz de tornar inteligível qualquer coisa que faça referência a emoção, sentimento e desejo de alguém, eu não sei porra nenhuma dessa vida, só sei do que não gosto, nem do que gosto eu sei de verdade, a vida nos trai toda hora, e nos faz percorrer por trilhos estrategicamente dispostos, que vão nos levar a um caminho previsível, óbvio, e muitas vezes sem volta. penso em gentes felizes com suas famílias felizes e cristãs, bem estruturadas, numa casa projetada, sorrisos colgate nas suas bocas com dentes perfeitos e brancos. penso em mulheres elegantes, bem sucedidas em seus ricos empregos com seus vestidos sexy e tailleurs impecáveis, sapatos lolla, cremes mary kay, personal no fim do dia e uma serviçal que lhe trata como filha. penso nas crianças cor de romã e seus brinquedos modernos, tomando sol com suas babás de vestes brancas, a esperar mamãe e papai. penso nos jovens adolescentes, aprendizes de uma vida tranquila e já traçada desde que nasceram, aulas de inglês, espanhol, mandarin, ballet e karatê, com suas mochilas high tech, seus tênis style, ipad, e internet banda larga. penso nos homens, pais e amantes perfeitos, workaholics, caçando o dia inteiro pra oferecer o melhor das abundâncias para a prole, e assim, serem eleitos pela família, amigos e vizinhos, o melhor provedor-comandante.
esse quadro não me enquadra. eu não caibo nessa tela. eu, ser anormal? qual seu foco-objetivo de vida, filha? tudo parece tão perfeito, limpo e rico! invadem-me os paradoxos! se isso for o melhor dos futuros a ser conquistado, para a acomodação derradeira da nação patriarcal instituída, deixarei a desejar. não cumprirei o desafio. essa tinta ainda não me retrata. não me apetece. a vida é breve, penso eu, e não há que ser levada tão a sério. afinal, dessa aventura alucinante ninguém sairá vivo. penso em me arriscar. arriscar a vida em ser livre. nos meus planos não habita esse comercial de margarina. nem ficar preso a ele até o dia do meu juízo,(a)final, eu escolhi ser livre.
tô fora. vou me jogar na vida. e seja o que der, doer e vier.
tô fora. vou me jogar na vida. e seja o que der, doer e vier.
bye!
To vidrado nos seus textos, viciei em vc Nina Salomé, todo dia venho aqui pra ver se tem mais...ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhahhhahhahah..no stop!
ResponderExcluirHoje eu percebi
ResponderExcluirQue venho me apegando às coisas
Materiais que me dão prazer
O que é isso, meu amor?
Será que eu vou morrer de dor
O que é isso, meu amor?
Será que eu vou virar bolor?
Venho me apegando ao passado
E em ter você ao meu lado
Não gosto do Alice Cooper
Onde é que está meu rock'n'roll?
Eu acho, eu vou voltar pra Cantareira
Venho me apagando aos meus sonhos
E à minha velha motocicleta
Não gosto do pessoal da Nasa
Cadê meu disco voador?
Onde é que está meu rock?
Onde é que está meu rock'n'roll?
Arnaldo Baptista
Pois é - Nina ! Não fica nada - mas agente tem q morder o fuzil -
ResponderExcluire ninguém tem culpa - não tem -e Jesus q se vire / realmente /
mas quero te falar /
Nina pra presidente /
quer dizer :
mesmo no vice- cè fica bem.
não-é-não!
Joãozinho-bem-bem/ Ôrra meu!
eu vorto /
o segrdo está na próxima.
vamos fugir
ResponderExcluireu encaro ficar preso a vc e sermos livres juntos
q aventuraaaaaa hein hein hein
e seja o q der e vier
Bom demais esse texto. Bem anarquista e libertino. Não querer se aprisionar nas regras da sociedade já previamente estabelecidas. Esse é o modelo, quem não o segue é sempre visto como anormal mesmo. Parabéns, texto preciso, atraente, envolvente e real como você sabe fazer tão bem.
ResponderExcluirÉ bom vir aqui tomar um banho de suas idéias cáusticas e que carregam leve gosto adocicado na saída, agridoce como vc gosta de elocubrar. Compartilho dessa vertente, ser livre é díficil, a gente sempre acaba se prendendo em tantas correntes, sem querer e já fazendo. Talvez por tristeza, talvez por cansaço, talvez por descarrego, talvez por tudo, liberte-se então linda mulher cor de canela, mente de poeta marginal, libertina, olhos perspicazes de incrível cor de mel, boca de curvas sinuosas que as vezes mete medo qdo se abre pra falar verdades surreais q ninguem quer imaginar poder existir.
ResponderExcluirNão sei se dá pra pular fora, a não ser às vezes... Quero dizer, às vezes podemos ver algum limite para pular fora dele. Na maior parte do tempo, tudo fica tão misturado...
ResponderExcluirTambém não me atrai o comercial de margarina. E mesmo que. Eu não teria com que pagar por. Mas se. Aí... eu queria (faria convites irresistíveis). E personalizava.
Não sei oque falar...
ResponderExcluirA vida tem dessas coisas
Horário marcado
Encontro com amigos
Visita aos familiares
Correr no clube
Trabalhar
Estudar
E depois ver o amor
A vida sempre nos engana
Um dia bacana
Outro sacana
Amanhã pode ser
Ontem não deu
Quem sabe pra semana
E depois ver o amor
A vida é egoísta
Eu quero
Você quer
Eles querem
Nós queremos
Nós podemos
E depois ver o amor
A vida leva um tempo
Um tempo pra mim
Um tempo pra você
Um tempo marcado
Um tempo sagrado
Um tempo sem fim
E depois ver o amor
A vida é prazer
Prazer de estar
Prazer de ficar
Prazer de gozar
Prazer de pensar
Prazer de negar
E depois ver o amor
A vida é sabedoria
Sabedoria de entender
Sabedoria de merecer
Sabedoria de esperar
Sabedoria de refletir
Sabedoria de aprender
E depois ver o amor
A vida é achar
Achar que é assim
Achar que é assado
Achar que é malvado
Achar que que é lindo
Achar que é fácil
E depois ver o amor
A vida é sentimento
Sentimento de alegria
Sentimento de tristeza
Sentimento de frustação
Sentimento de solidão
Sentimento de nada
E depois ver o amor
A vida é divisão
Dividir a casa
Dividir a intimidade
Dividir os amigos
Dividir o dinheiro
Dividir a vida
E depois ver o amor
A vida é uma ilusão
Ilusão de que somos donos
Ilusão de que temos tempo
Ilusão de que controlamos
Ilusão de amamos mais
Ilusão de que sabemos muito
E depois ver o amor
A vida é cheia de segredos
Segredos que são meus
Segredos que são seus
Segredos que não são nossos
Segredos que não são deles
Segredos que não são segredos
E depois ver o amor
A vida é uma tentativa
Tentativa de viver
Tentativa de saber
Tentativa de ganhar
Tentativa de realizar
Tentativa de acertar
E depois ver o amor
E depois ver o amor
Depois
Não quando se quer
Não quando se tenta
Não quando se cobra
Simplesmente depois
Ainda estou aprendendo com a vida
Mas não aprendi o suficiente
Por isso eu sofro e faço sofrer
O esperador