quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Não fui eu


Não fui eu
que sujei seu terno azul;
que usei seu sapatinho de cristal - que se partiu no primeiro passo;
que reguei seus lírios com ácido sulfúrico;
que passeei sobre seu jardim com tanque de guerra;
que rasguei seu testamento - de objetos imprestáveis, valores ínfimos e dívidas impagáveis;
que cuspi no seu prato morno;
que fiz sua barba com a moto serra;
que tatuei esse sorriso na sua cara mal lavada;
que vendei seus olhos no momento do pôr do sol;
que matei o filho do seu Pai;
que coloquei lisérgico no vinho dos seus discípulos;
que salguei sua ceia (santa);
que emprestei o isqueiro pros seus algozes incendiários;
que publiquei seus segredos no jornal da manhã;
que saqueei sua caixa preta;
que guardei seu coração no fundo do baú;
que ceifei sua personalité;
que mordi sua perna na fila de espera;
que trouxe a fome pro seu regime;
que lhe aluguei essa casa sem telhado;
que lhe trouxe doce roubado de criança;
que lhe devolvi o troco errado;
que lhe mandei correr com tesouras;
que gargalhei no dia que você chorou;
que roubei sua solidão;
que enfeitei sua tristeza;
que calei na hora da sua defesa.
Não fui eu que sonhei com o paraíso habitado por seres de elevada moral e lubricidade.
Não fui eu. Não fui. Não eu.
Eu sinto (muito) pouco.
Tudo está como era pra ser e assim não o seria se não fosse por você.
Bem feito está. A culpa pertence a quem a carrega. Eu me sinto leve.
Sua consciência deve estar lá naquele brexó que você adora frequentar. Foi objeto de troca. Resgate-a por preço vil. Aproveite as ofertas e adquira outras bobagens de antanhos e bibelôs inanimados que já serviram de cenário para as suas cenas, e em nada alteram a demanda do mercado contemporâneo.
Colecione suas desculpas prontas e aguarde a ocasião certa para tirá-las do saco.
Siga corretamente o modo de usar e utilize-as com moderação.
Desculpas consumadas quando consumidas.
Sofista de merda.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

SERÁ QUE DEUS CRÊ EM MIM?


Tenho fé porque preciso tanto dela quanto do metal (o vil) para (sobre)viver.
A fé está sempre me colocando em xeque, e eu, compelida a fazer dela o objeto dos meus devaneios. A fé anda sempre misturada e confundida com a esperança, e ao contrário do que prolatam por aí, a esperança é a primeira que deve morrer.
Tento...tento...tento...praticar a caridade. Doar-me um pouco aos outros, e doar algumas pataca$ também. Mas não me engano, doar o que sobra - o resto - não é mérito algum. Estou longe (muito mesmo) de ser algo parecido com a matrona Teresa, ou mesmo ter livre acesso (sem pagar pedágio) ao "reino dos céus".
Dos Sacramentos: fui batizada por uma sociedade hipócrita, mas não me deixei crismar. Meu filho é dito "pagão". Eu, sinceramente, só posso rir de tudo isso. Já quase contraí matrimônio. Não, não é doença. Não criei anticorpos. Mas sarei assim mesmo. Podem descartar a vacina, é dispensável.
Minha trindade são três seres em apenas um: razão, emoção, e, cartão de débito (é, só gasto o que tenho hoje).
Parte de mim é amor, outra (enorme por sinal), desejos, tudo com uma leve pitada de crueldade e lirismo.
Já fui (uma) fiel, hoje me questiono. Comunguei erradamente opiniões, gostos e decisões. Revi, arredei, desconstruí, metamorfoseei, passei de lagarta a borboleta (inúmeras vezes e não necessariamente nesta ordem).
Confessei coisas inconfessáveis (sob o efeito de lisérgicos e/ou influenciada pela veia hormonal), claro, precisava de cúmplices para a tarefa da libertação.
Às vezes me arrependo, de não ter tido colhões suficientes pra fazer o que estava a fim. O que fiz já está feito. Certo ou errado...
Por vezes perdoei - 7x70, por menos vezes recebi perdão.
Aos que me magoaram profundamente, dei extrema-unção - para facilitar suas entradas num outro mundo, bem distante, que não o meu.
Canonizei (que ingenuidade) pessoas, acreditei em falsos profetas, em suas parábolas e em pseudo-milagres, e quando as promessas não se cumpriram, tornei-me nelas descrente. Mas persisto na maldita e inabalável fé.
Conheci e convivi com algumas almas condenadas. Não fiz muito por elas senão dar-lhes uma lamparina (Venha para a luz...Karolaine). E, dos cegos por opção, me afastei.
Vez em quando vou ao céu, passo várias vezes pelo purgatório e já tive a sensação de estar no inferno, entretanto, não perdi o juízo, afinal. Deus, não sei falar sobre, tal nome, em um mundo tão concreto, me remete ao indefinível, intangível. Contudo, preciso crer que algo melhor que a espécie humana deva existir, afinal de contas - de novo a idosa dúvida - pra que tudo e todos aqui? Essa bomba relógio, Terra, ínfimo planetinha navegando no meio de uma galáxia gigantesca, habitado por seres viventes, dotados de razão bruta e sentimentos diversos e dúbios, amaldiçoados pela eterna busca de perguntas sem respostas.
Deus(?)... Aproveito agora ao citar seu nome, para desculpar-me pelas inúmeras vezes em que o tomei em vão. Foi mal, mas tem horas que só uma intervenção divina mesmo pra dar jeito. Vivo pedindo a ele proteção. Já deve estar usando o estoque reserva. Perdoa-me Pai pelos meus atos funestos e pelos males que não faço, mas penso ou desejo. Eu sei que o perdão divino é para os que não sabem o que fazem, é que às vezes nem eu mesma sei o que faço ou falo.
Procuro guardar-me para os domingos e festas. Os profanos de preferência, regados a vinho, acompanhados de amigos, boa música, e outras bilongas mais. "A vida necessita de pausas".
Sempre honrei e honrarei meus pais, embora seja o antônimo deles.
Já matei, sono, fome, vontade, tesão, saudade, tempo...e a arrogância do meu próximo ao desarticular suas verdades perfeitas e absolutas.
E pequei. Meu Senhor e Minha (Nossa) Senhora...inúmeras vezes. Fui contra a castidade. Tolerância e pudores nunca foram o meu forte. Hodiernamente tenho exercitado a tolerância, tentando sepultar aos poucos meu lado critico em prol da emergente espiritualidade. Mas não confundam tolerância com degustação de sapos.
Também furtei. A mim, certos prazeres, aos outros, o prazer em me ver fracassar.
E roubei ainda mais: flores, corações, olhares, atenção, poesias, canções, frases... Mas tudo por uma boa causa!
Por necessidade (causa própria ou não), já menti, levantei falso testemunho e/ou fui cúmplice. E quando foi, ou ainda é preciso, neguei e nego muitas vezes. Contudo, depois de fazer um balanço geral na vida, opto pela verdade, mesmo que inconveniente. Todos não proclamam por ela!? Então agüenta!
Já fui traída por um beijo, já me negaram várias vezes e também tentaram me crucificar. Como não me deixo ser pega como Cristo, dou sempre meu jeitinho de renascer antes do 3º dia.
Nunca desejei a mulher do próximo (até porque não é minha praia). Mas cobiço coisas alheias: inteligência, talentos, sabedoria, conhecimento, cultura, experiências...Porque apesar das minhas, eu quero ainda mais. Por isso, estou sempre junto aos bons, aos bons livros, e muitas vezes, às más companhias (são riquíssimas em experiências).
A gula...confesso - adoro boa comida.
A vaidade...confesso - adoro me sentir linda (?!).
A luxúria... confesso – ai, ai, faz um bem à pele...e o tônus muscular!
Avareza! É (esse meu sangue árabe!). Uma em especial, minha essência. Essa é só minha. Também...quem vai querer(?). E ainda tem a tal da caixa preta (as misérias e as virtudes nun saco só) que todo mundo carrega consigo, incólume, até o dia do ultimo suspiro.
Meu maior e melhor pecado: preguiça. Adoro! Principalmente numa terça-feira à tarde, enquanto todos trabalham, eu, em ótima e lúbrica companhia.
São Jorge é o máximo. Imaginem...o cara (de origem turca) “vive na lua” (segundo a cultura brasileira e africana: Ogum ou Oxossi) montado em seu cavalo, a matar dragões de hálito venenoso (histórias medievais).
Não acredito em santos. No máximo em pessoas iluminadas e que fazem um bem danado ao nosso mundinho quando por aqui passam.
Acredito em anjos, ou espíritos, pode dar o nome que quiser. Principalmente os que me cercam, protegem, e os que insistem em me obsediar. Tão ocupados!
Acredito em bruxas. Elas existem sim. Conheço um bom número delas.
Acredito em mim e nos meus ideais, meus paradoxos e idiossincrasias, na (in)viabilidade do ser humano, em justiça (...), paz (urgente), amor ao próximo e na tão falada, buscada, comentada, questionada, indefinível fé.
Acima de tudo, acredito que exista algo melhor que eu mesma e meus “irmãos”. Logo, nada me faltará (mas vou à caça da presa todo dia pra levar pra cria comer no jantar...).
Não sou católica, apostólica, tampouco romana. Não me comovem os “bons sentimentos” sazonais do Natal e não acredito no papai Noel (desculpa Loro).
Eu apenas creio. "Minha fé é meu jogo de cintura". Sou eu uma adorável pecadora. Uma transgressora sem culpas. Uma ovelha que não pertence a nenhum rebanho. Que faz promessas, juras, rogas e rezas. Que às vezes pragueja, mas bem menos que abençoa. Que tem seu próprio templo e busca a maldita felicidade. Não é isso que importa afinal?!
Será que Deus crê em mim?
Felicidades e facilidades, hoje, agora e sempre, e não só no ano que vem. Assim seja!

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

no problems


Já não sei a quantas ou quanto ando, não sei se vai ou racha, se vou ou se fico, se desço ou dou, se me retiro ou insisto, se chuto ou afago, se torço ou padeço, nada me mostra o tudo como eu tanto quis ver antes. Performances mal acabadas, sujeitos sem verbo, conjugações sem nenhuma conjunção. Tudo ofuscado, quero correr, vou pra lá, venho pra cá, esse caminho me descaminha, eternas voltas, sem destino, um círculo, queria sim, meio e fim, talvez o início, sem vícios, segredos onipresentes, malícias escancaradas, mentiras sinceras ou falsetes ensaiados.
Eu já não sei quem sou, ou sei muito até demais, mas não posso dizer. Nunca consegui ser eu de verdade, entre o pensar, agir e ser, há distâncias nunca percorridas, tudo que é vai além do que se vê, aquém do que se imagina, o momento em que diz - age - é, é diferente do que se pensou ser e sentir. O que sinto não se faz, não acontece, e acaba se transformando no que digo. É confuso demais! Não importa. Não entenda. A indigesta coerência e a consciência estão perdidas, contudo, me resta a alucinação serena.
As vidas se repetem, todos se repetem, um espetáculo de gentes atuando a mesma peça, um jogral desafinado, onde dizem o que pensam sentir e não exprimem nada do que são.
Ae...lá vem ela...a imagem daquele ser sombreado, face escondida, capuz preto e foice na mão. Acena pra mim, cutuca meu ombro esquerdo, me quer já, eu reluto um pouco, depois penso em me entregar, haverá paz...abaixo dos temidos sete palmos, pelo menos...silêncio, isolamento...no problems... Sim, tudo morre e deve morrer, é preciso que haja vazios...disse alguém. Estejam resignados diante do fim! Compreendo que tudo acaba... A tristeza é um cansaço grande, pesado tonel, dói bastante, mas depois, melhora. Dá um medo, mas a gente fica, esperando, como na ante-sala do médico, tem que ficar lá, quieto, pra ser o próximo. Pause! Depois a vida continua seu rumo, com todas as intempéries, como no mar, ondas de prazer e dor, vêm e vão. Não me engano, o auge de algo muito díficil sempre chega, experimente o momento dolorido e sinta-o até o fim. Agradeça por ele também.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

bons livros e más companhias

Enquanto todos no universo estão olhando e admirando o ícone do momento - semi-deuses provisórios - lamberem os beiços ao receberem estatueta de bronze falso (geralmente de péssimo gosto - que certamente vai ocupar lugar atrás dos livros da estante), eu estou olhando pro lado "errado", pra margem, só pra variar. Estatueta - homenagem - o prêmio, declarado de suma importância pelo seu próprio criador, e que, a priori, intenta revelar a nós, pobres mortais, o quão magnânimo e hieraquircamente superior é o premiado indivíduo por ter perseguido o conseguido objeto, e claro, alçado vôo tão refulgente.
Sinceramente - vaidades à parte, considerando os métodos para (sobre)vivência neste atol pós-moderno da sociedade contemporânea neo-liberal mercadológica globista (plin-plin)...o ostracismo me parece mais gratificante...e me leva a suprir inexplicável e relevante atração pelos excluídos, os exceptuados, os marginais...em detrimento dos bem-sucedidos, premiáveis, publicáveis, de "qualidades notórias".
É que esse lance de aceitação - reconhecimento - admiração - idolatria - popularidade - gosto (nada) espontâneo da massa, do júri, votantes, nunca me convenceu, sempre soou mal aos meus encerados ouvidos, não adentra o meu lobo frontal. E a idosa dúvida sempre vinha permear meu desajustado ser: será o cujo dito merecedor? apareceu, mas cresceu? possível, mas improvável(?). E minha CPU logo iniciava a busca do conceito de conspiração e suas teorias fantásticas e detonava as ogivas das divagações infrutuosas entre eu e eu mesma...
Contudo, investigar as reais aptidões ou adjetivos dos concorrentes a prêmio, cargo, bibelô, destaque no palco, ou, querer diagnosticar a postura dos togados, eleitores, quase-deuses - seres de notório saber e índole indelével - mais que capazes de julgar e decidir pelos seus eleitos, os melhores, os vencedores, os "bons", não me importa, não me atiça, e não altera o meu investimento no mercado de ações. Mesmo porque (ainda) não tenho o privilégio de perder meu escasso tempim com assuntos escusados, e nem posso abrir mão do meu tão estimado e cultivado ócio específico - fundamental para minha sobrevivência. (Será que nossa estadia no detonado planetinha Terra dura tempo suficiente pra eternizar os atuais, as mentes brilhantes contemporâneas?).
Aliás, não seria eu competente para tal missão tão substancial. Eu, híbrida, o paradoxo de mim mesma...sem destaque no palco, sem estatuetas na estante, sem fãs, sem laias, sem inúmeros seguidores no blog ou twitter...confesso que, da infância à perversão, sempre perambulei pelo mercado dos rejeitados, da exceção...a alcunha de highlander adquiri com louvor...meus pais que o digam...tadinhos...preocupavam-se com minha excêntrica vidinha (anti) social..."essa menina não tem um milhão de amigos, essa menina não quer ir aos débuts das coleguinhas, não quer participar dos concursos literários e de matemática, não vai ao clube aos sábados à tarde, brigou com a freira do catecismo...o que a gente faz com ela?..."
Hoje lhes e vos digo...dê a ela(e) "bons" livros e deixe que conviva em "más" companhias...

* aos desavisados e pais preocupados: existem metáforas no texto

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

você nunca viu nada igual


tristezas despidas de lágrimas banhadas em soro antiofídico
grilhões de uma malfadada vida de alegrias convencionais disfarçadas
canelas que ardem e escorrem sangue de catchup
mentiras tatuadas no corpo com tinta guache escolar
rasga logo esse disfarce que te revela
libertas será tarde...
antes nunca que esperar
consuma suas misérias e seja feliz por r$ 1,99
ceifa as feridas com faquinhas de plástico dos aniversários infantis
compre sua viagem de alforria para o calabouço do infinito
e leve de brinde sua liberdade solitária
tire o arrebol desses olhos e fecha essa porta pra sempre
nunca se cale sobre os cadáveres que velas e te vela
continue desferindo seus defeitos a todos ouvidos fúnebres e atentos
os pecados...é o que temos de melhor
nossas únicas verdades absolutas
você nunca viu nada igual
nem eu de calcinha larga cor amarelo manga
nem a elegância de uma vida trajada em puro linho branco

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Volta!

Estou só, nada nem ninguém pode enxergar os olhos meus, me sinto infeliz, acho que é medo, pavor, solidão. Essa casa fica triste sem você, não ouço mais seu andado apressado pelo corredor...e me cansei de esperar pela sua chegada triunfal enchendo o ambiente com presença tão marcante. Eu não quero mais ter que ver suas coisas ali, criando mofo, abandonadas. Sempre deixou tudo espalhado e eu nunca me importei em arrumar.
Você fazia parte do meu dia, e estava sempre pronto a me escutar. Ouvia meu chamado, e independente do que estava fazendo e de onde estivesse, você sempre vinha ao meu encontro. Participou de momentos importantes ao meu lado, êxito, derrotas, decepções, alegrias. Mas, um feio dia, não mais que de repente, você partiu...e me deixou aqui...só...
Estou muito magoada, meu coração clama sua volta, está partido, ressentido, dilacerado, e só sabe pensar em você. Não sei como pôde me deixar! Por que?! Por que?! Não suporto essa ingratidão, de tudo te dei, amor, casa, comida, diversão...e você, seu pérfido maldito, sumiu e me deixou a ver navios naufragando...
Ahh...Totó...eu te perdôo, volta pra casa...! Seu pratinho com ração e aquela meleca misturada estão fresquinhos a te esperar...Oh Totó, volta logo pro seu lar, seu cão ingrato!

quarta-feira, 8 de julho de 2009

cansada...tãoooo


não, eu não sei onde fica esse lugar, desculpe, não comprei o produto certo, a quantidade também tá errada, não, eu não posso esperar nem ligar depois, é, não posso agora, tô ocupada sim, não, eu não tô nervosa, putz, o velhinho pôs o carro na frente da minha garagem de novo, e a voz atormentante, agoniante, metálica da atendente autômata/eletrônica insiste num monólogo comigo, e meus devedores pedem complacência..."me ajuda" (a andar de SW4)...e a mim, quem ajuda (a abastecer a geladeira)? sacal! (...) realmente não tenho saco, já nasci sem, mas mesmo assim sou tolerante, e não confundam com degustação de sapos...se é que me entendem...essa fome que abastece multidões, toda essa gana por matéria, mais valia, vaidade, capa da revista, destaque no jornal, esse adquirir mais que perquirir não me sustenta, me sinto cansada...tãoooo...Descartes e suas teorias sistêmicas (noves fora o racionalismo e a matemática moderna): a combinação de partes, coordenadas, concorrem para certo fim; isso pra mim é o nervoso-sistema, este me quer por pra dentro, me estupra todos os dias, e não há crime, penalidade é só peninha e banalidade... e o dia passa, e eu ainda não saí do lugar, mesmo já tendo percorrido vários cantos, essa pressa não me adianta, os lugares não me cabem, e essa vontade é imortal, nunca vou conseguir matar...tenho remorso, não devia ter falado assim, quanto mais eu irada, mais doce ele ficava, eu sei, ele é lindo, puro, inocente, gosta de travessuras, vê cores em tudo que é pardo, eu não, meus olhos já não conseguem enxergar isso mais, contemplo o que é parco, síntese por favor, resuma essa ópera, não escorregue, poupe meus encerados ouvidos, e a língua então, tá la dentro, e por Deus, quer continuar, não me liguem, não me aticem, nem ao menos perguntem: e ae tude bem? (...), não me falem em tantras, psicos, budas ou qq literato coelho de merda, eu peço, me deixem, quero um troço qualquer que me tire de mim...medicamento...isso não...uma boa dose de veneno anti-hipocrisia já ia bem, e uma longa estadia na Polinésia Francesa também, até me faria ser cortês com Buda se ele viesse me recepcionar de camisa florida e me oferecesse um drink alucinante, eu sei, to aqui, ouço tudo, mas nada quero...socorro...alguém me tira o coração...que não quero mais que bata, nem apanhe...

terça-feira, 30 de junho de 2009

titica


Salto de precipícios como pássaros em vôos delirantes
Detono mísseis de titica em togados, déspotas e arrogantes
Chafurdo os olhos de poucos interessados em literatura ofegante
Sem fãs e sem o afã de perverter incautos e subumanos recalcitrantes
Em cima da corda bamba traço planos mirabolantes
Enquanto tomo pílulas mágicas com poder extasiante
Picho sobre telas clássicas e retratos imortais de gente importante
Faço a ilustre eternidade se tornar um mero instante
Provoco o caos e impressões verdadeiramente impressionantes
Roubo dignos suspiros de pessoas realmente relevantes
E sigo expelindo lorotas e merdas alucinantes!

terça-feira, 16 de junho de 2009

maldito cheiro


Tudo que andam te dizendo foi recolhido nas pocilgas por quem vacilou, escorregou e por lá ficou, isso não passa de restos, proveitos de lixos reciclados precariamente...e tudo isso só pra te impressionar, fazer pensar forçosamente, e te deixar incorrer em erro, te ludibriar do quão magnânimos e inteirados são...Malditos dublês de sociopatas...só tropeçam nos limites da percepção e nuncam ultrapassaram a fronteira entre a miséria e a glória.
Tudo isso não passa de sabedoria de latrina, de quem só leva tapa na cara da vida, e perdeu todo o tempo nessa fauna estúpida de favores funestos, em troca de moedas putanas, boquetadas, punheteiras, experts em surdir como gafanhotos do solo com máscaras grosseiras, proferindo mensagens quase encantadas-besteiras, com aquela voz quase muda que pesa como aço, mas enferruja com ácido, e irradia cores que só podem ver os urubus...insípidos egos de carbono...
E você? Vai engolir toda essa merda que te aplicam em doses cavalares? Vai perder a moral debaixo do seu próprio teto? Foda o rabo dos conceitos de antanhos e mande os pré-conceitos pra pqp. Enfie a mão em caras e parâmetros. Bata de frente com as referências. Escarre nas unidades modisticamente modeladas. Um tiro de escopeta nos tabus. Tem que criar o mundo na sua cabeça, porra!
Joga isso fora antes que toda essa logorréia te impregne, e aplica logo um bom ar nesse metro e meio de raio em que vive pra que esse maldito cheiro não fique guardado na sua franzina memória...salut!

segunda-feira, 8 de junho de 2009

a meada

Procuro o fio da minha meada, ainda não achei, talvez nunca ache. Tenho gosto por algumas coisas, não muitas...nem poucas, gosto de gente, não importa a cor, conheço algumas de cór, nem todas tolero, umas sem sal, outras açúcar demais, faz mal, tem aquelas com cara de mamão morno, e outras que têm sempre aquela cara "do que que eu tenho a ver com isso" - cara-de-cú-blasé, eu enjôo. Ode às imbecis, burras jamais, longe de mim, e não confundam mula com asno, pero que conheço analfabetos ou semi, dotados de elevada sapiência, em detrimento das inapropriadas e esmeradas mentes brilhantes, phds em vazio existencial e desprovidos de experiências carne-osso-coração. Cultivo recalcitrante aversão à espertice, juro...se não houvesse possibilidade de pena de 30 anos de reclusão pra quem comete homicídio-justa causa, aniquilaria um a um todos os espertalhões que se colocassem à minha frente, pertencem à pior das laias, os que burlam qualquer tipo de fila, que aceleram o relógio pra sair antes ou retardam pra ficar mais (medição na proporção do interesse-próprio-exclusivo), os que quase te abalroam pra pegar sua tão esperada vaga no estacionamento, os que confundem o valor devolvido do troco pra ficar com mais, birra dos que falam alto no celular e ainda ficam andando de um lado pro outro, e os incôngruos que colocam aquela maldita campainha no mais alto tom pra chamar atenção e fazer pensar o quão importantes são por serem tão inoportunamente solicitados. Os que pigarram no restaurante, os que sempre têm uma piadinha ridícula pra dizer, aqueles que pensam que estão num concurso de "engraçadices" bestiais, e proferem uma após outra. Não gosto dos muito doces, dos muito simpáticos, nem dos extremamente bonzinhos, e para os pancrácios, néscios e aleivosos, não há perdão. Gosto dos descabelados, dos que pisam leve, dos impetuosos discretos, dos de semblante sério com ar desenvolto, soltos, dos que fazem questão de não ser vistos, dos que falam baixo, de preferência pouco, gosto dos saborosos, muito azedos, não amargos. Agridoces. Gosto de gente, nem sei porque, gente sente e isso é problemático. Deveria gostar só de cães, que você dana, põe pra fora e ele sempre volta saltitante, feliz da vida, com o rabo abanando e te lambendo os pés, seja você rico, pobre, burro ou mal caráter, mas não, gosto de gente, devo mesmo ser sadomaso. De uma coisa pelo menos me livrei, execrei do meu convívio a classe: frescos e deprimidos, não tenho inclinação, nem pros cultizins de merda ou academicuzinhos e seus assuntos fundamentais sobre como a humanidade é intelectualmente pobre e desprovida de 'cultura', e de como podem ser abstinentes de obras de Matisse, reprodução n° 107, ou da 139ª edição de Metamorfose - Kafka - quem não leu não pode merecer a continuidade nesse mundim fenomenal chamado Terra. E os artistas, como são chatos e enfadonhos (desculpem, nada pessoal com nenhuma persona, é a própria generalização da classe), escondidos atrás daquela arrogância disfarçada e sua tão espetacular e irreconhecida sensibilidade...asco...como se somente eles no mundo fossem dotados de profícua sensibilidade e capazes de produzir ou "obrar" algo que eles mesmos denominam arte. Esses também merecem cravejada de balas.
Meu sonho pueril era ser motorista de caminhão, não sei porque, via tanta arte e romantismo neste ofício, eu, absorta na estrada, nada a planejar, alguém diria, vá pra lá e eu iria, sem saber o que ia encontrar, só observando as paisagens indo e vindo e as gentes diversas se alternando em seus habitats...deve ser devido a algum filme que vi. Pensava também em ser detetive policial, desvendar mistérios, dar o furo, revelar pro mundo o que alguém, geralmente de péssima índole e má-fé, tentava desesperadamente esconder, isso me dava prazer, ser a justiceira "etnocida", a dama de ouro, só eu devia assitir isso. Hoje sei e digo, não esperem por justiça, cansa e dói as pernas, e quanto à esperança, é a primeira que deve morrer. Ser puta também me atraia, imagina, prazeres diversos, tê-los e/ou dá-los, e ainda ganhar por isso. Meus pensamentos lúbricos iam saciar a vontade contida e executar fantasias guardadas no armário imaginário enquanto eu armazenaria fartos reais. Dar a bunda dói menos que cativar amigos ingratos, insistir em profissões improfícuas e em amores desgraçados. Mas, não deu...criteriosa demais.
É...a vida é um pentelho no gim...nada fácil encontrar um caminho, desbravar o desconhecido e o irreconhecido nessa minha meada que está mais pro fundo do buraco negro do que pra busca da ponta do fio.

terça-feira, 2 de junho de 2009

bem qt kiss

queria muito que tivesse me visto
faceira, disposta, perfumosa
pernas pqtqro nuas, coloquei meu melhor vestido
aquele rosa que você gosta, que me diz voluptuosa
ensaiei olhar zombeteiro e discurso certeiro
justo naquele dia, de tudo daria, me-ter fácil seria
até lamberia sua velha ferida, íntima ser ia...sem ser
e você...neimmm me viu...bem qt kiss......
tudo bem, passei desapercebida, sem culpas ou des
eu sei, a gente só enxerga o que quer ver
mas não importa, amanhã de novo look
volto a ser a sempre bela boop

segunda-feira, 1 de junho de 2009

o ano que tem vem

plano se for de vôo,

se-não antecipa ofício,

sem comer o ouro-fício,

dia mo-vida dia-a-dia,

pro-já tô, pro-jeto não,

futuro distante, presente rente,

amanhã não existo, se sim insisto,

agora urge, o depois surge

come quente, no refrigerador também vence

final de semana programa-fim

pros 5 invernos, os 5 sentidos

mar-çobindo e abril o caminho

percepção, instante e instinto

bem feito julho não veio

agosto ou desgosto de quem?

mesmo assim se-tem-brochove?

tem o que? nada, só dores, de nove(o)mbros pesados

dolo(a)res me falta, nem mandou flores, cotovelo doeu,

prima-vera morreu, deixou planos seus

se for, boa sorte, se vier, vem bem rindo

inventa esse destino, ouve o sino e faz seu hino

ferver eira com beira, sentir o frescor da macieira

malditos vistos despidos

futuros mal passados sem sal

tráfego intenso, entupir o porvir,

chegar e voltar, vagas não há, todo o mundo está lá

se fostes pr'além, voltastes pr'aquém(?)

ja foi tarde, fica em pé

assanha-te e pega senha

chega antes e assenta

o ano que tem vem

se somente vê além

aqui não estava neim

perdeu o sol poente, não viu o sol nascente

retarda(r)do projetista

sonha bem com o que não tem

gracias, saúde, amém

quarta-feira, 27 de maio de 2009

desperta-dor



então tá
se quer assim
meta a cara aí
faz logo o que tá a fim
e sinta o que vem de lá
prepara-te amanhã
pro que d(o)er e vier
desperta-dor pras dez
ansiedade cura
quando a ferida supura

terça-feira, 19 de maio de 2009

doce de amor(a)



fazer doce
sonho (de)leite
cheiro de corpo em êxtase

cor furta-cor-feliz
fica um grude
você emim

gosto de amor(a)
esquenta aqui
tem calor nos olhos teus

adoro música
sua risada
da fruta desse músculo tem percussão
tu tum seu coração

prepara a goma
néctar de mármore

fica mais
gruda emim
te lambuzo de uva
sua boca carmim


Mitologia Grega - as amoras eram brancas, depois de Píramo e Tisbe foi dada a elas a cor vermelha.

Dois jovens belos e muito apaixonados, Píramo e Tisbe, queriam muito casar, porém seus pais não permitiam. Eles eram vizinhos, separados por uma parede. Nessa parede havia uma fresta e os amantes trocavam palavras de amor. Certo dia, se encontraram a noite e decidiram que a única alternativa que tinham para ficar juntos era fugir de suas casas. Combinaram de se encontrar no túmulo de Nino, fora dos limites da cidade, ao pé de uma amoreira branca e próxima a uma fonte refrescante. Tisbe chegou primeiro ao local, de repente uma leoa se aproximou com a boca ensangüentada querendo se molhar na fonte. Tisbe correu e escondeu em uma gruta, deixando seu véu cair sobre a terra. A leoa viu o véu e o rasgou com os dentes ensangüentados. Quando Píramo chegou e não achou Tisbe, viu as pegadas do felino e o véu de sua amada todo rasgado e ensangüentado, se desesperou e decidiu morrer também, desembainhou sua espada e feriu o próprio coração. Quando Tisbe retornou ao local se deparou com o amado morto, decidiu também morrer junto com ele. Assim, por causa do sangue dos apaixonados que foi derramado aos pés da amoreira, os deuses se comoveram e decidiram dar a cor vermelha às amoras.
Na mitologia as histórias-fábulas são sempre fatalisticamente belas e líricas.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Bitch don't cry!

Cara Nina

Ando muito preocupada com minha filha. Já é uma mocinha, vai fazer 15 aninhos agora em junho, e eu e o papi, meu esposo, queremos dar um presente inesquecível pra ela: um début, em alto estilo, festança, chiquérrima mesmo, numa dessas casas chic de recepção da cidade e mais uma viagem à Disney. E você não vai acreditar, a menina não quer, nem um nem outro. Insiste em usar aquele cabelo desgrenhado, não faz chapinha, não quer usar salto alto, e nem as unhas quer pintar. Além de tudo, não quer sair pra jantar nos restaurantes do shopping nos sábados, não vai mais aos cultos com a família, nem à pizzaria aos domingos, e se recusa a ir nas festas high society em que certamente seremos retratados nas colunas sociais. Ah, e pra piorar, namora um estudante de Ciências Socias. Vê se pode! E isso lá dá futuro? E mais, a mocinha já deixou bem claro que não vai fazer vestibular pra Direito e prefere cursar Designer Gráfico. Tô desesperada. O que faço? (Maria Bernadeth de Cândido – nome fictício)

Cara senhora

Sua filha é mesmo uma bitch incurável, um caso perdido, um motim em carne e osso. Se for sua única filha, que dó, pobre e injustiçada mãe, jamais terá uma amiga "de verdade". A senhora deve estar se sentindo uma fdp, quero dizer, a mãe da... ah, deixa pra lá..., bem, a última das mães, tendo uma filha transviada e desajustada.
Como pode esse bizarro ser de 15 anos não querer uma viagem à Disney, um sonho pueril imperdível, principalmente pra senhora, que me parece ser uma new riche, que apostava todos seus frescos tostões que sua amada cria seria a personificação da Barbie, com uma surreal vida de facilidades, matrimônio com o Bob - príncipe dos empreendimentos e grandes corporações, fins de semana em Punta Del Leste, e fotos colgate no castelo da CARAS. Esperava veementemente que a garota gastasse o abastado tempinho de sua tenra idade comprando bugigangas made in China em Miami. Não fique tão consternada, ainda resta a 25 de março em São Paulo, faça a feira por lá mesmo. Quanto à festança trés chic, com direito a lícores de tâmaras frescas e patê de fígado de ganso, não desista, realize-a quando completar uma das certeiras bodas do c... de asa com seu digníssimo comparsa. Esse début é um daqueles seus sonhos de antanhos. Provavelmente a senhora teve uma infância de nenhuma opulência, e devido à forçada precocidade adquirida, já na fase juvenil era preocupada demais com a r$eal ausência de distribuição de justiça social e com a abstinência da calça da fórum que a sua melhor amiga tinha, e sua malfadada mãe (mama Africa), solteira, largada, e ainda por cima, empacotadeira das Casas Bahia, não podia te dar, o que lhe causava uma revolta Tsunami. Mas, agradeça, o destino lhe foi justo, teve a sorte de casar com um matuto endinheirado, que lhe proporciona uma vida de abundâncias, só que isso não lhe basta, né(?), agora quer transferir pra pobre bitch infeliz suas expectativas e superar suas frustrações de pobre numa festa de bacana do interior. Fico imaginando a sua nefasta filhinha, deve pensar em suicídio todo dia, ou no mínimo desejar ter fôlego suficiente pra correr pelo menos um raio de 200kms em direção oposta da sua "augusta presença", posto que, conviver com a senhora e com o papi deve ser "sal no café" (obrigada comments).
A mocinha só não quer fazer chapinha porque acredita fielmente que a mãe derreteu o juízo de tanto esticar os cabelos à força, e o salto alto deve remeter a coitadinha à visão da amante cafona do papi, que imagino deva ser uma das suas melhores amigas, e, só aqui entre nós, seu cúmplice não deve ser crucificado por lhe trair.
E este seu desejo de ter uma filha advogada ou juíza deve-se ao fato da sua vida ser uma roubalheira só, a sua conta bancária de cifras vultuosa, inexplicável, e seu criterioso círculo de amigos, habitado por seres de moral tão relativizada e comportamentos de tão elevados paradoximos que nem o namoradinho cientista social da sua filha saberia explicar.
Minha senhora, deixe a menina em paz!! Se você é realmente uma fiel, frequentadora de cultos, ore pela sua salvação, e nunca queira sua cria à sua imagem e semelhança, dê a ela uma esperança. A garota vai ser grafiteira de muros numa tentativa radical de se safar das amiguinhas asnáticas, os pretendentes "Bob" imbecis, com seus carros tunados e rituais de malhação, e o obtuso papi que lhe quer fazer entender, na pecheira, que estudar Direito numa faculdade particular em dois anos é o melhor pra ela.
Eu lhe aconselho, do fundo do meu estômago, que procure algo útil pra fazer, ou quem sabe uma terapia, daquelas soco no nariz. Creio poder ter lhe ajudado neste conflito tão sério. Boa sorte!!
Foto: Aviso! Completamente cadela! Sim, eu sou a garota sobre a qual sua mãe te advertiu.Tenha cuidado.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Cruisin


Sabe aqueles dias que você abre os olhos pensando que deveria pensar menos pra poder sentir mais(!)?
Então! Após dejéune passei a sentir mais, dirigindo meu carro, cruzando a cidade, avenidas, busca desesperada por uma música que me caísse bem, trocas de cds enfins, e achei um som pra sentir...Ah...é essa mesma que eu precisava, ela é azul com cor-de-rosa, céu do cerrado no pré-inverno às 17h30, delícia, mamão com mel, algodão doce, pra meros rasantes, baixos até, suspiros, cafuné no ânimo, pontapé na imaginação...viver o clip, comercial de celular.
A música!? Ah sim, Cruisin (busca lá no http://www.deezer.com/, e você vai ouvir o que eu senti).

A letra? Lá no http://www.letras.mus.br/ deve ter.

É essa mesma, cruisin, musiquinha fácil, porque hoje eu preciso que tudo seja fácil.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

vou lá
onde as chaves, senhas e sapatos são supérfluos,
lá, tem água de nascente e mansa corrente de vento,
lá, o tempo perdoa e corre lento,
lá, o sol queima minha pele o ano inteiro

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Aquisição


Pensando bem
e pouco basta
achei
A virtude
eu compraria
equilíbrio
Pronto, escolhida
necessária
pro sobre-viver
noite e dia
centro do escudo
dois lados
paralelos desiguais
trapezista involuntário
corda bamba
medição malebem
a razão passional
pega, e não toca
desfecho resoluto
sentença intrépida
Elejo o equilíbrio,
senhora das minhas virtudes
C'est ça!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

A caminho do descanse em paz!

O que você é para o universo, senão um grão de pó(?)! Bem, é verdade, tens sobre ele inexorável poder de destruição. Gafanhotos ávidos e perversos, por onde passam, resta o bagaço. O lema: "sempre adiante". Tecnologia. Desenvolvimento sustentável. Prazeres. Confortos. Sofisticação. Plásticos. Fumaça...E blá blá. E deixemos o abacaxi para os netos.
Bom, mas o que me importa aqui é aquela idosa dúvida a permear meu multifacetado ser, pero que, ter a certeza, a única, que a qualquer hora vou vestir "eternamente" aquele paletó de madeira, me deixa, deveras, buliçosa...
Esses miolos inquietos, divagando pelo ócio do espaço metafísico, procurando num quarto escuro, um gato preto que não está lá (mais ou menos como disse Voltaire sobre a metafísica - nunca, mas nunca mesmo, me fale em metafisica), com tantas indagações e expectativas. É, alguém assim, não pode querer descansar em paz! Além do mais, sofro de insônia. C'est ne pas possible!
Existe um consolo. Yeah! Eternidade (?). Criogenia (?).
Será que esse nosso planetinha, maioria água, impotável, que insistimos em detonar, vai durar tempo suficiente pra eternizar os atuais, as mentes brilhantes contemporâneas?
É, não sei, acho que fodeu!
Eu, no meu míope ponto de vista digo: há muito mais no estômago de um cabrito e numa calcinha molhada do que supõe o vil ovo frito. Eu e essa insistência nesse diálogo comigo mesma. Perguntinhas infrutuosas, que nada elucidam, explicam ou que têm a prerrogativa de fazer qualquer diferença.
A mais cruel das perguntas talvez seja: Quantas desculpas vamos buscar pra continuar cometendo os mesmos erros nefastos? É o que precisamos, de belas desculpas e não de respostas. Os erros estão nos genes? Então o futuro tá na cara. Exoneremos Nostradamus e suas previsões patentes.
Perguntinha marafona, do ânus da taturana de tão infame e rasteira.
Quando finalmente vou debandar dessa vida hipócrita? Digo: "botar fé" que existe gente da melhor qualidade nesse mundo e não poder tocá-las; estar no altar coroada de louros e não poder dizer sim, ser a quarta das Três Marias e não poder brilhar.
Quando vou deixar de ser devedora contumaz dos pobres bancos, até quando insistir em navegar nesse barco furado, perceber o que me rodeia e não tomar atitude, captar os sinais, esfregões, borilamentos, encosta-encosta (in)voluntários e me fingir de cega. GOD, quando é que vou ganhar meu primeiro milhão e viver de excentricidades, enquanto o relógio, deus sinistro e hediondo, devora três mil e seiscentas vezes por hora os melhores sabores, antes que a morte me afronte?! ... Talvez eu até desenvolva o hábito de pilotar aeronaves nos dias santos e jogar squash em meu banheiro de quinze hectares.
Tá bom, eu sei que tudo isso não passa de escrutações descaradamente individuais. Eu que resolva meus carmas com o mundo no tête-a-tête. No facão. À bala. Eu não posso, não devo, e nem quero salvar ninguém. Na minha arca só há uma champanhe quente e uma cama King Size com vista pro mar.
Meu propósito está longe de ser pregação, isso é coisa pra líderes, administradores de rebanhos, Spencer Jonhnson e seu paradigmas corporativistas, ou o magnânimo (?) Deepak Chopra (eca!!). Se vim até aqui e me sujeitei a um amontoado de quadradinhos dispostos num retângulo inanimado e uma envergante postura diante uma tela Dell, não foi para salvar o mundo ou choramingar as irremediáveis magoazinhas existencialistas dos saudosistas, casmurros que sempre se alimentaram do fruto proibido.
Vim até aqui pra pintar uma tela, retratar a ânsia, talvez a angústia melancólica da geração Big Mac, comedores de Windows. Cus gordos. Sabidos. Inteirados. Sem noção. Sem rumo. Sem perspectivas ou sonhos. Bêbados pueris. Fumantes. (E)feito estufados. Bizarros. Insanos. Almas penadas perdidas nas noites. Os que não sabem o que vão ser quando crescer. Os que apareceram, mas não cresceram. Pais e filhos sofredores do "conflito de gerações", que se entopem todo dia de drogas lícitas, ou não, e seguem suas vidas já trilhadas e nada fáceis. Fãs de Janis Joplin. Elvis. Bob Dilan. Otto. Black Label. Sucrilhos. Jhony Cash. The Simpsons. Café com cigarros. Dias frios. Sexy in the city. Marx. MSN. Caverna do dragão. Dick Vigarista. Vídeos de skate. Ratos de Porão. Praia. Bebedeira. Violão. Os fãs de Raul - sem Raul. Noite. Prazer oral. Tartarugas ninjas. Guitarras. Tatoos. Flertes fatais. Bolinações brutais. DVD. LP. CD. Filmes 80's. Modinha retrô. Blues fodidamente solado por um alcoólatra fedorento. As minas que tocam guitarra só de sutiã e calcinha. Os que tem um MP10. Os que amam filmes B. Os que tem banda de garagem. Kids Planet Hemp. Os que vomitaram no táxi. Os que passam por baixo das catracas do ônibus. Os espectadores de CQC. Paixões passionais. Os que brigaram na porta da escola. Os excluídos das festinhas, dos churrascos e eventos sociais. Os Impulsivos. Os retraídos. Os que adoram teatro. Os que destroem tudo o que encosta. Os expulsos de casa. Os que transaram em banheiros. Os que perdem o celular constantemente. Os que fumam escondido. Os que sempre odeiam alguma coisa. Que brigaram com os pais. Os que ligam bêbados de madruga para a casa de alguém. As mulheres independentes e seus vibradores suficientes. Os que foram ao Rio assistir Radiohead. Os que têm atração por nadar pelado. Os que apanham e dizem: "Caí da escada". Os que se deram bem. Os que nunca dão em nada. Os que sonharam em ser piloto de fórmula 1, popstar, pastor do Universo. Os que se foderam. Os que choram quando ouvem Walk on the wild side do Lou Reed (só eu devo ter feito isso). As amigas que sempre dão selinho uma nas outras. Os casais que se beijaram no show do Roupa Nova. Os que tomaram tapa na cara. Os que foram pra São Tomé das Letras e cheiraram "aquela gosma". Os que se foram pra sempre. Os que saem pra procurar emprego e ficam na rua, bebendo, fumando e metendo. Os que nunca vadiaram na vida. Pornô. As "moças" carentes e "boa gente" em busca de um par no MSN. Os que adicionam todo o mundo nos sites de relacionamento. Os que só andam de ônibus. Os que fumam "unzinho" na Facul, que o "irmão" trouxe lá do Esperança. Os que atravessam a cidade de madrugada à pé falando merda com os amigos. As gatas na webcam. Os colecionadores de inúmeros seguidores no twitter. Os que seguem sem mais nem porquê. As gatinhas que mandam spam e citações de Fernando Pessoa no orkut e ainda convencem babacas. Lexotan. FOX. Fliperama. Pé na porta e soco na cara (quando cinematograficamente necessário). James Brown. HQ. YouTube. Fábio Alexandrelli (grande ator) e sua boa má influência. O libertino. Esportes pra quebrar os ossos. Sétima Arte. Rage Against the Machine. Poltronas de cinema. Internet. A carnavalidade do carnaval. Skate board. Long Beach Dub. All Stars. Os que se acharam no vício. Os que se perderam e nunca mais acharam o caminho de volta. Os que já tem filhos. Os que nunca tiveram amigos. Madames que fingem trabalhar demais. Os Bichos-grilos. Os que não leram Céline nem Clarice. Os que indicaram Amor em dobro. Crônica de um amor louco. Os solteiros sim, sozinhos nunca. Os amantes de Pica Pau e as aventuras do Mickey. Os que pegaram o trem pras estrelas. O desperdício de uma vida de inteligência meia boca e quase afrodisíaca. Burras. Incautos. Cuzões. Fakes. Sangues-bom. Marxistas. Sofistas. Pseudo-modernos. Falsos artistas. Fodas. Fodidos. Manos. Minas. Headbanguers. Rappers. Clubbers. Punkers. Beatnicks. Skatistas. Frescurentos, blá, blá, blá...
E, óbvio: alguns dias de mais uma vida inútil e sem ideologia. E quem precisa de uma pra viver? Só o Cazuza mesmo. E, Jack Bauer, o que faria em 24h?.
Não vou gastar meus dedos registrando fatos históricos. Todos os mundos já sabem que essa geração não tem memória na CPU, e que ninguém liga pra porra nenhuma a não ser seus umbigos mal curados.
É, a vida é uma mosca na sopa. Por onde devo andar pra alcançar a salvação. Não está em nenhum pódium nem em medalhas made in China. Talvez na cruz que o filho do Homem carregou. Talvez nem esteja em lugar algum. Nem aqui nem lá. Seja lá onde for. Se é que existisse um lá. Como evitar que minha sofreguidão e conclusões precipitem-se ladeira abaixo, ou se vá pela descarga do vaso sanitário, no triste fim dessa peregrinação suburbana de castelos tupiniquins: subornando-os com objetos da tv, etiquetas do shopping, uma Hilux, cabelo da moda, e perspectivas de uma vida com abundâncias no país das bundavilhas?
Sei lá o que minha alma compraria! Quanto ela vale? Vamos concordar num ponto. Qual mortal não gostaria da improfícua vida em um iate com frigobar e girls da Victoria's Secret de biquíni, modelos da Hugo Boss de calção? Ir pra Bombinhas rasgando a estrada de Kawasaki Ninja, e um pedaço de carne estonteante na garupa?... Até eu que (não) sou (nada) trouxa. Eu. Querendo o mundo. Eu. Híbrida. Fruto da tênue linha entre procurar conhecimento em livros de brexó e lucubrações com gente cult demais pra ter alguma sabedoria. Eu. Planeando busquinhas idiotas e prosas pra boi dormir. Mon Dieu, minha identidade é mais que um número naquele cartão verde! E não consigo conviver com o paradoxo caráter e pré-conceitos dos humanos hipócritas que me cercam. Admiradores dessa tela. Telespectadores. Eu não tenho tempo para perder com a eternidade. Por isso não serei demagoga, política, ou filha da puta a ponto de dizer que amaldiçoarei a vida que se leva nesse atol contemporâneo, e nem indagar se devo cometer suicídio no mundo dos prazeres alucinógenos ou insistir.
Não era bem isso que tinha em mente sobre a vida. Na verdade, senhores(as), eu queria mais do que o mundo, a vida, ou alguém poderia me oferecer. Aliás, ainda hoje, não sei o que estou buscando, e nem estou indo atrás. Eu, sem rebanhos, sem nenhuma laia que me respalde e diga amém. Talvez seja algo que não encontrei em religiões. Sartre. Spinoza. Goethe. Nietzsche. Kinder ovo. Quarteto fantástico. Armazéns. Lojas de 1,99. No resultado da Loto Mania. Nas mensagens subliminares dos filmes da Disney. Nas coreografias da Madona. Documentários do Discovery. Muito menos nas conversas sinceras – esse foi meu único tempo realmente perdido – que tive com pessoas que não deram atenção à voz do meu desassossegado e inútil ser. Eu vos digo que procuro respostas (ou uma bela desculpa) à qualquer custo. E sei, é evidente que não será aqui nesse mundim de estrelas decadentes, popstar falidos, advogados endinheirados, bucetas interesseiras e news riches deprimidos que eu iria achá-las. Mas foda-se. Ainda resta Paris. E um potencial desesperador de expectativa, e talvez, até esperança (argh!!!) na raça humana e algumas idéias pra trocar comigo mesma. Isso sim é a minha tecnologia auto sustentável.

Tira essa fome de cima de mim!

Desculpae, mas minha indecência é inata
e meu sex appeal é congênito.
Tá aqui, colado aos ossos, atrás da retina, impregnado nos poros, na cera do ouvido, nos pêlos do nariz, na raiz dos cabelos, no hálito da manhã, no cecê pós corrida, na remela amanhecida, na meleca do espirro, no sebo das unhas, no suor das dobras.
Vou te mostrar, tá nas fezes,
no escarro, no peido, no arroto.
O(h)dor de gozo.
Olhos demais. Canibais.
Todos mundos me devoram.
Vou enfiar meu dedo no nariz,
desenfiar a calcinha do orifício externo do reto,
cuspir, tirar alface do dente.
Antes, averiguação!
Desculpae!
Eu não queria mais um desajuste pra gerir.
Tira essa fome de cima de mim.
É! Me dá uma folga.
Sai da minha cola.
Cansei de ser sexy!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

E o monstro se diverte



Hoje eu vim aqui
só para matar
sua cobra
e mostrar
o tamanho do meu pau
E te dizer
que aquele monstro
que habita o meu armário
continua lá
íntegro e voraz
pintando as paredes
com meus miolos inquietos

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Erros do âmago

Exijo coerência, relevante e bem respaldada, de quem volta atrás em suas decisões tão pertinentemente bem resolvidas horas atrás.
O que eu sinto é tão transparente como limão e gelo num copo de cristal. E meus castelos, mesmo que de areia, não se desfazem em meia hora de aborrecimentos, ou em quarenta e oito minutos de ausência de humor.
Se seus erros perdoáveis estão aptos ao aprendizado, eu te digo: FODA-SE! E gaste seus suados reais com uma psico que te diga quem tu és. Teus traumas de infância são uma falácia!
Meus erros e pecados estão bem encaminhados, obrigada, e eu tenho a chave de onde eles pernoitam. A minha caixa de Pandora eu administro bem, abro quando quero e perto de quem mereça o espetáculo.
Aos que magoei um dia, um ramalhete de lírios, enviado pelo VOXCARDS, com uma mensagem verdadeira, do fundo do meu âmago (desculpem por usar esta palavra), e das profundezas dos meus tendões (importantíssimos por sinal): Antes de casar sara!
E pegue esse seu âmago e defeca-o junto com o jantar de ontem!
"O fato da consciência humana permanecer parcialmente infantil por toda a vida é o âmago da tragédia humana." Erik Erikson

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Retrato da Família


A mãe acorda cedo e vai ao cabeleireiro, esteticista, massagista e shopping
A filha acorda tarde e vai à academia, shopping, esteticista e boca de fumo
A caçulinha se diverte no youtube imitando a dança/clipe do MC safadão
O pai tem uma mercedez, uma bmw, e uma secretária model
O filho tem uma harley davidson, um jeep limpinho e uma fila de amigas gostosas
A mãe faz botox, plástica, e maquiagem pesada pra disfarçar o roxo (porque caiu da escada)
A filha tem personal que a malha dia sim, dia talvez
O pai faz hora extra todos os dias, e nos fins de semana também
O filho tem fornecedor de balas e afins, e amigos secretos, vez ou outra
A caçulinha compete com as amigas, no recreio do colégio das freiras, quem dança melhor o batidão
A vó tá esquecida em algum quarto dos fundos
O pai olha o iphone
O filho olha o iphone
A filha olha o iphone
A mãe olha o iphone
A caçula olha o iphone
A filha vai entrar no facebook
A mãe vai se atualizar no Fantástico
O pai vai equipar a amante
O filho vai equipar o jeep, desfilar com a gostosa, e depois, amigo secreto
No hall de entrada tem uma Bíblia Dourada
Todos vão à churrascaria depois do culto
O pai provedor se orgulha da sua família tradicional constituída
A família janta junto
A família não se olha
O rodízio acaba
Termina a noite
Diálogos monossilábicos, tchau, bença, dorme com Deus
Arrotam, peidam, cospem
Cada um em seu quarto...

CO TI DIA NO







PERIODICAMENTE
SINTO NECESSIDADES
COLOCAR EM DIA
MINHAS DÚVIDAS
MEUS VÍCIOS
QUERO VIVER
DE-
LÍRIOS!
DE LÍ-
RICOS!

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Escrita para não escritores

Não vou escrever por obrigação, com hora marcada, para satisfazer alguém, para aparecer, ou para causar impacto. Escrever, pra mim, é prazer (e ler também deveria ser)!
Aliviar a tensão, desabafar incontinências (re)traídas, exercitar a imaginação, libertar o pensamento amarrado, soltar a língua muda através dos dedos que desenham a palavra.
Gosto de brincar com as palavras. Escravos de Jó. Uma aqui, a outra lá. Essa completa esta, que unida àquela forma aquela outra, e colocadas aqui e acolá acabam por dizer aquilo. E transmitem, bem ou mal, a idéia. Isso me importa, a IDEIA (agora é assim que escreve, sem acento). Não tenho comprometimento nem mesmo com a palavra. Reforma ortográfica, atualizações da gramática. Ah, não! Também não! Só o tempo me adaptará. Eu não vou fazer força nenhuma. Prefiro utilizar meu tempo lendo Machado de Assis. É, porque Machado é fundamental para "limpar" a palavra, as concordâncias, o vocabulário. Com sua escrita de antanhos, sem reformas.
Escrevo, logo existo! Escrevo, logo penso! Escrevo, logo vivo! Escrevo, e pronto! Não escrevo para ser aceita, para ter adeptos, seguidores ou leitores. Quem precisa de leitor é escritor. Profissional! Batuta! Gente que sabe ganhar a vida com a escrita. Eu não! Não sou metida com isso - não compro-metida. Nem comigo mesma, muito menos com você, que lê agora isso aqui.

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Semana Santa


Santa pra quem?! Para os cristãos, católicos, protestantes, judeus, ortodoxos...!? Pra quem!? Cultuar a ida e a volta do filho do Homem! Que incoerência!! Então agora acreditam na reencarnação?! Não! Acreditam na ressureição!! Não compreendo...ressuscitou e depois o que aconteceu? Ficou perambulando entre os reles bifes falantes!?
E Páscoa! O que é? É renovação!! Peraí, preciso rir e tomar uma dose. Quem não enxerga tapa os ouvidos. Quem faz questão de saber?! Saber o quê mesmo?
Tem certeza(?), vai discutir religião (ou fatos históricos) com o rebanho de carneirinhos, tosados, vendados, deficientes físicos da audição, da visão? Deixa que sigam seu pastor e que se alimentem das suas hóstias, botem o joelhão no chão e peçam perdão pelo mal consentido.
A omissão ainda rende as melhores fotos. E sorte dos excomungados!
Bom, se a verdade não vos liberta, nem conte comigo!!! E assim seja!
Boa gula a todos, e não precisam contar com o coelho, procurem seus ovos nos melhores supermercados (não esqueçam do cartão de crédito), e, para os abstinentes da carne na sexta da paixão, eu vos digo, não será sacrifício algum, sou vegetariana há 13 anos e estou viva!
Saúde a todos e sorte!! Ah, quero ver os bons (in)fiéis ressuscitados na segunda feira pós páscoa! Não, renovados! Melhor mesmo que estejam recuperados, da ressaca!

terça-feira, 7 de abril de 2009

Corra Nina, corra!!


Tenho simpatia pelos que correm, mesmo que pra lugar algum. Correr é fascinante, corpo em movimento, velocidade, massa mudando rapidamente de espaço no tempo. Desafio! Resistência! Endorfina! É atualmente o meu vício...todo mundo precisa de um vício, não confio nos que se dizem "limpos".
Fora isso...a gente está sempre correndo...de alguém, pra alguém, pra fazer, ou deixar de fazer, correr pra acabar logo, correr pra suar, correr pra vencer, correr pra escapar, correr pra chegar, correr pro nada, correr...Correr é preciso... mesmo sabendo que o tempo é implacável, e vence sempre!!!

Tem tanto pra ler ainda, será que meu cérebro comporta tanta informação?! Sei lá! Só sei que pra mim conhecimento é vital!

Eu não vou falar de flores


Eu não vou falar de flores, de jardins, do céu azul, do sol dourado, dos doces da vida, das nuvens encantadas, dos capítulos da novela, do último best seller, de holywood, nem das 43 maravilhas do mundo.
Estejam preparados. Comam algo leve.
Se você é altamente impressionável, melhor mudar de página.
Feche os olhos. Isso aqui não é pra você.
Não me importa se o mundo vá ou não à ruína.
A ruína já bateu na porta do mundo, e se apresenta ostensiva, mascarada pelos belos prédios de vidros espelhados, pelos carrões dos coronéis em marcha pelas principais ruas do centralizadíssimo centríssimo (des)administrativo. Nos desfiles de alta moda pelos bares mais caretas e requintados da cidade. Onde se toma uma summer draft quente pelo preço de um marmitex frio.
A visão de alegria dos felizes consiste em não ver o mal do mundo.
É...a felicidade em doses cavalares causa náuseas.
Lá nas margens onde habitam os seres mais desprezíveis e rejeitados...os ditos marginais, "vilenos", periféricos, pobres, malditos, mal vestidos, mal cheirosos, mal ouvidos, mal(e) discentes, há mais alegria, mesmo que rara, porém verdadeira, limpa, crua, sem acessórios.
Tudo aqui não passa de um grande negócio.
Tudo é business. Desde a consulta médica até o atendimento espiritual. A guerra. A paz. A cura. Os vírus fabricados em laboratório.
Os discípulos do Rei se acotovelam nas calçadas dos templos. Quem arrebanhar mais carneiros tem comissão garantida no fim do mês. Os financistas da Losango na Tubal Vilela também, todos de prontidão.
E o fim do mês continua sendo pior que o fim do mundo (Zeca).
Tem gente de tudo que é tipo, objetos, coisas e pessoas de tudo que é preço, cheiros de tudo que é química, e carniça de tudo que sobra de todos que consomem tudo que é inútil.
Não se iludam. A única coisa que fica de verdade é o que se deixa no lixo.
E o que somos(?), senão pedaços de carne falantes, que pensa ser pensante e racional.
E num futuro breve...comida para vermes encaixotada. Com destino certo. Lixo. Quero dizer... cova.
Será que o mal tem cura?
Meu mal é insolência! Queria muito me curar. Queria não ter nascido pensante...isso dói. Amaldiçoada com a carga implacável da inquietude e irresignação.
Óh Mon Dieu! Eu queria tanto ser como aqueles que não sabem o que fazem.
Não tenho bons modos, não sei ganhar dinheiro, não tenho religião, meu filho é pagão e preciso de entretenimento fast food para não surtar.
Nunca faço o que me mandam, aliás, não tenho a quem obedecer, e não temo a deus.
Isso faz de mim uma doente incurável.
Insolente.
Porra, se pelo menos alguém mandasse em mim.