tire-me daqui, não posso mais, não suporto essa endrômina
tudo aqui é feito de plástico, criação para o ludíbrio
em segundos se desfaz, em tempo menor ao de uma cagada
me tira daqui, não quero isso, nem aquilo
a cada dia que passa, passo a dar menos importância
ao que todos julgam importante
e quem julga?
você se cansa, você sofre, você corre atrás, de quê?
você parece tão infeliz, mas sempre finge tão bem
está tão exausto e não consegue mais dormir
são as vestes de estilo, o carro novo made in Japan, a linda casa decorada, seu cachorro com cheiro bom
você abarrota o tempo com tantas coisas
você mata o tempo, você se mata
você tenta, você tenta, você não vive
você não passa de uma invenção, criou sua imagem e agora investe tempo em alimentá-la
se esforça para o mundo acreditar no que quer que ele acredite sobre você
sua ilusão é tão inconsciente quanto a sua respiração
você é tão doce, por que insiste em ser amargo?
qual das faces sobreviverá, a que julgas ser ou a que pensam sobre você?
eu não me importo mais, eu não quero, e nunca quis
me tira do seu retrato, eu jamais estive lá
eu sou apenas um inseto que escapou do escuro da noite
a mariposa que buscou a luz que me encontrou
essa foi minha última dor de cabeça dos últimos tempos
vou cagar essa farsa, acabar com essa dor de barriga
vou cagar pra você que finge, que pensa que acha que é
você não é
vá cagá!
Você é, você é a cara, arrasou!
ResponderExcluirDura, dura, implacável, irresignada, texto bom, eu tiraria os palavões.
ResponderExcluirGosto de ler-te, é puro deleite.
ResponderExcluirNão dá pra manter uma mentira, uma farsa, uma imagem inventada por muito tempo. Tudo vai ruir um dia, isso é certo. E os que não são serão reconhecidos.
ResponderExcluirFoda!
ResponderExcluirFodona!
ResponderExcluirC'est fantastique, ma chére!
ResponderExcluir