Vibração, ânimo, força, determinação. Tais palavrinhas de ordem, exaustivamente pronunciadas, embalavam-me. Eu, sobrecarregando razões - pretextos, justificativas. Convicções!?
Mas, não mais que de repente, uma coisa se perdeu no caminho. E o caminho era curto até, podia eu voltar se quisesse. Mas não. Não vou retornar. O regresso sempre é uma estrada tãooooo longa... Preciso continuar o caminhar. Em frente, para os lados, para cima, para baixo. Para trás, jamais.
Não se recupera o que já foi. O tempo. Foi o que já era. E o que passou não existe mais, a não ser dentro de quem se omitiu, ou mentiu pra si mesmo no momento que tudo aconteceu, e não se resolveu, ou mal resolveu.
Interessante como o verbo desfazer se desfaz como fumaça, no vento e no tempo.
Então eu vinha. Mas esqueci porque vim.
Vim mas não sei mais porque estou aqui.
As razões me encheram de nada. Não me explicaram o tudo, nem o pouco. E nunca me convencem do porvir. E do que será.
O que é necessário pra mim? E pra você? E o que importa de verdade na verdade?!
Quais razões seriam suficientes para fazer crer, viver, amar...
Existem razões que convencem sobre o porquê do querer? Do amar? Sobre o viver? Sobreviver!(?)
Alguém?! Você tem alguma razão convincente suficiente aí? Por favor, manda pra mim.
É como ter a audácia, ou melhor, a empáfia pragmática de supor interpretar poesia...É tão impróprio como o amor próprio.
Eu não tenho razões. Todas perdidas. Me abstenho. Procuro viver bem sem. Escolhi acreditar que tudo é pra sentir, e nada é pra explicar.
Crer, orar, doar, admirar, degustar, cheirar, pegar, beijar, amar, amar, e amar...até o avesso dos ossos, até o fundo do poço, até o restolho do bagaço, até o verso e inverso do certo e do incerto, contagiar, expandir, emanar, unir, ratificar, consentir. Dar o alimento pra toda fome, seja lá do que for.
Poder tudo sentir...ao perder razões, justificações e convicções.
E sempre existe aquele que chega carregado de razões e as defende com facões. Pode ser ou fazer algum sentido?
O sentido da desorientação rumo ao pertencimento de uma desorganização secreta.
Voilá! Abram suas caixas pretas!