Existe uma saudade maldita que me acompanha, espia e aperta minha carne.
E crises de abstinência solidificam sua presença em miragens lúbricas no cinema da minha mente.
A boca sequiosa à espreita de uma gota dos seus líquidos, e nada mais há que mate essa sede e acalente meu instinto, do que a força da sua língua alterando a minha percepção.
Minhas pupilas dilatam e crescem buscando te alcançar a qualquer distância.
Meu couro se arrepia e transforma meus pêlos em espinhos selvagens que esperam ser domesticados e amaciados por seus dedos viris.
O corpo revolto pela vontade de ti junto a ele, a pulsação alcança velocidade de avião, e palpita urgente, implacável e revelador.
E tudo que há em mim acusa, me expõe, e não há disfarce que disfarce meus sentidos exaltados e meu cheiro exalado.
A minha roupa, os lençóis, os travesseiros e coxas se encharcam enquanto esperam sentir seu peso sobre as minha ancas.
A temperatura queima tudo em volta, e tenho febre de causas e efeitos.
Febre terçã. De ansiar, esperar, ter, tocar, imaginar, sentir, vibrar.
A boca sequiosa à espreita de uma gota dos seus líquidos, e nada mais há que mate essa sede e acalente meu instinto, do que a força da sua língua alterando a minha percepção.
Minhas pupilas dilatam e crescem buscando te alcançar a qualquer distância.
Meu couro se arrepia e transforma meus pêlos em espinhos selvagens que esperam ser domesticados e amaciados por seus dedos viris.
O corpo revolto pela vontade de ti junto a ele, a pulsação alcança velocidade de avião, e palpita urgente, implacável e revelador.
E tudo que há em mim acusa, me expõe, e não há disfarce que disfarce meus sentidos exaltados e meu cheiro exalado.
A minha roupa, os lençóis, os travesseiros e coxas se encharcam enquanto esperam sentir seu peso sobre as minha ancas.
A temperatura queima tudo em volta, e tenho febre de causas e efeitos.
Febre terçã. De ansiar, esperar, ter, tocar, imaginar, sentir, vibrar.
Surto. Pertubação. Agitação. Desordem.
Colapso no vácuo dos meus braços e no vão das minhas pernas sem seu preenchimento.
Não há água suficiente no mundo que abarque a liquidez da sua rigidez convicta e insolente.
E deságuo meu sal, meu suor e mel pra dissipar sua ausência que cresce em proporções ameaçadoras junto ao meu anseio imodesto, petulante e atrevido.
Abro os olhos pra não ver, mas sua ubiquidade me assalta e rouba todos os meus sonhos, deixando em troca seu gosto cravado no céu da minha boca, entorpecendo as papilas com deleite, doçura, dureza e rudez.
Então fecho os olhos, e sua ausência material reflete toda a minha fragilidade, todas as minhas águas, todo o meu mergulho na sua nostalgia, toda a fantasia da minha avidez que é crua, é nua e é sua.
E já não quero mais saber do que se passa lá fora, porque tudo o que me interessa só pode advir de dentro de nós.
Sinais de antropofagia se apropriam de mim. Canibalismo. Te comer entrelinhas e saciar a fome das minhas entranhas. Tateio meu corpo doente na esperança de que venhas logo e me salve.
Colapso no vácuo dos meus braços e no vão das minhas pernas sem seu preenchimento.
Não há água suficiente no mundo que abarque a liquidez da sua rigidez convicta e insolente.
E deságuo meu sal, meu suor e mel pra dissipar sua ausência que cresce em proporções ameaçadoras junto ao meu anseio imodesto, petulante e atrevido.
Abro os olhos pra não ver, mas sua ubiquidade me assalta e rouba todos os meus sonhos, deixando em troca seu gosto cravado no céu da minha boca, entorpecendo as papilas com deleite, doçura, dureza e rudez.
Então fecho os olhos, e sua ausência material reflete toda a minha fragilidade, todas as minhas águas, todo o meu mergulho na sua nostalgia, toda a fantasia da minha avidez que é crua, é nua e é sua.
E já não quero mais saber do que se passa lá fora, porque tudo o que me interessa só pode advir de dentro de nós.
Sinais de antropofagia se apropriam de mim. Canibalismo. Te comer entrelinhas e saciar a fome das minhas entranhas. Tateio meu corpo doente na esperança de que venhas logo e me salve.
Corpo açoitado, desejo santificado, oro e suplico, venha, abençõe-me, e jorre sobre mim sua água benta. Porque persevero no prazer minha fé maometana.
E porque ainda és meu óleo e minha benção, minha cura, minha unção, meu prazer e meu pão.
Parece que teu amado não anda com tempo....
ResponderExcluirNusga!
ResponderExcluirCaçamba!
Eu quase q fiquei pasmo - Nina.
Alguém aí - por favor!
Conforme o prenúncio de "Tempo" , eu acrescento: Redes De Proteção - é bom - é bom.
As águas rebuçam
e os cupidos tb devem estar todos loucos / Poseidon - Normailize.
(Deve ser a radiação / Vai! vai brincar de bombinha / Não falei - não falei/
Mas-Nina-querida!
toda sorte q houver neste mundo -
vc vai precisar/
N.U.S.G.A.:
Nenhuma Urgência Será Garantida
e o A. passa pra lá.
Que meda...
ResponderExcluirÉ urgente o amor
ResponderExcluirÉ urgente o amor.
É urgente um barco no mar.
É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade,
alguns lamentos,
muitas espadas.
É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.
Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer.
Eugênio de Andrade.
Nossa, como existem idiotas nesse mundo, pelo menos têm vergonha de mostrar a cara, e se escondem como anônimos
ResponderExcluirQue despeitados!
Tô pasma!
Mas o texto, vou te dizer uma coisa, de ler de um único suspiro, é vibrante, sensual, lúbrico, profano, e melhor, sem utilizar nenhum termo clichê, vulgar, ou sexual.
Sensacional.Excitante.Inteligente.
Teu homem (é, ou será) um sortudo.
Longe de querer ter feito sombra a Nina,
ResponderExcluirinclusive não saberia lhe dizer qual o de mais brilho: se este (Água Benta) ou o anterior ("Q De Imperfeição")
Quanto a explicitar o q foi dito- e por quem, talvez:
se encontrar o meu Disco.
Rato De Praia Jogando Frescobol.
Caraca. Coragem é fazer analogias de corpo, alma, religião e prazer.
ResponderExcluirO texto impecável, excitante, e o q de crítica ao mesmo tempo ácida e doce, como é a verve de Salomé.
Sempre, sempre surpreende.
Obrigado!
É de arrepiar...uhuuu!!!!
ResponderExcluirEnergia total. E viva a vida, e viva o amor, e viva os prazeres, e viva Nina Salomé com seus textos quentes, ávidos, ácidos, polêmicos, surpreendentes!
Realmente, o texto é de ler de uma vez só, sem respirar.
ResponderExcluirEnvolvente, bem escrito, fala de um tema que poderia ter uma abordagem clichê, mas tá longe disso.
Não dá pra ficar inerte às tuas linhas.
Como não ficar excitada depois de descrição tão voluptuosa. Que torpor você causou. Linhas quentes!
ResponderExcluirEscreve demais essa Salomé.
ResponderExcluirParabéns Dama caliente!
Parabéns...
ResponderExcluire muito obrigado.
Luci Fernandez.
To trabalhando num programa de governo q talvez te interesse.
Segue pra Semana.
Sigam-me -
levem-me ao seu líder.
Parabéns...
ResponderExcluire muito obrigado.
Luci Fernandez.
Estou trabalhando em um programa de governo
(governo do BrEEUzil - e conforme comentário em "Tô Fora")
Quem sabe não lhe interesse?
Acho q teremos algum proveito.
Se passar essa onda de Zumbi.
Segue pra semana.
Sigam-me -
levem-me ao seu líder.
Gostei do blog,e estou a te seguir eu sempre estarei por aqui a te lêr e comentar bjos de bom domingo.
ResponderExcluirSensual, poético e Belo. Parabéns e obrigado pelo comentário na página cultural.
ResponderExcluirAbraço,
Daniel Lopes
Que essa água bentíssima possa escorrer tão quente, com prenúncios de espasmos, para sempre desse lugar oculto.
ResponderExcluirQue essa água bentíssima possa escorrer tão quente, com prenúncios de espasmos, para sempre desse lugar oculto.
ResponderExcluirCaramba-!-Vento-.-
ResponderExcluirÔ-Nina-!-
(-Ainda-bem-q-eu-tenho-um-elástico-)
-Muita-coisa-Dona-Nina-/-
vou-deixar-para-o-meu-Blog-;-
eu-só-queria-falar-para-vcs-
q-descobri-enfim-,-
q-o-Van-Gogh-,-
por-ter-cortado-a-orelha-
(-não-'duvido-mais-)
-não-só-foi-um-gesto-engraçado-/-
foi-muito-nobre.
Très belles les images et toutes les mots ici! Bien sûr... un chef-d'oeuvre - ton texte! Primoroso, no de fato, este de, em palavreio tão sutil quanto envolvente, ir desvelando aquele gotejar (quase) insano (sentido bom do bom termo) que, em querência-dentro-e-fora, diz assim tão lindamente de. Gros bisous, chérie. Félicitacions - sincères! Et salut!!
ResponderExcluir...a poesia dá o sustém pra mulher
ResponderExcluirser verdadeiras ao ponto de
confessar seus desejos
no auge do tesão
sem ou com culpa
mas com a intensidade
que o momento propõe...
que venham mais poetisas!!!
tudo de bom por aqui, bj
Adoro reler. Lisonjeiro demais para qualquer homem.
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